quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Entre o luar e o arvoredo - Fernando Pessoa



"Entre o luar e o arvoredo,
Entre o desejo e não pensar
Meu ser secreto vai a medo
Entre o arvoredo e o luar.
Tudo é longínquo, tudo é enredo.
Tudo é não ter nem encontrar.

Entre o que a brisa traz e a hora,
Entre o que foi e o que a alma faz,
Meu ser oculto já não chora

Entre a hora e o que a brisa traz.
Tudo não foi, tudo se ignora.
Tudo em silêncio se desfaz."

Um comentário:

  1. Há Fernando Pessoa, sempre perfeito!
    Belas palavras, ele é um ícone na literatura sempre.
    Gosto muito!
    Lindo blog flor.
    Beijão

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