Entre o luar e o arvoredo - Fernando Pessoa

"Entre o luar e o arvoredo,
Entre o desejo e não pensar
Meu ser secreto vai a medo
Entre o arvoredo e o luar.
Tudo é longínquo, tudo é enredo.
Tudo é não ter nem encontrar.
Entre o que a brisa traz e a hora,
Entre o que foi e o que a alma faz,
Meu ser oculto já não chora
Entre a hora e o que a brisa traz.
Tudo não foi, tudo se ignora.
Tudo em silêncio se desfaz."

Khalil Gibran

" Oh, alma!
Se algum tolo lhe disser que a morte existe,
diga-lhe que a flor também morre
Mas que a semente existe e sobrevive
como prova da vida eterna. '

De forma justa, ou iníqua, hei de haurir teu ser.

Verte em mim
Teu orgulho desalentado,
Teu sangue sagrado,
Com aroma de alecrim!

Faculta tua alma
Para um ser benevolente,
Pois lhe é conveniente
Alcançar sonhada calma.

Nem demônio, nem anjo
Alguém balanceado
Cuidadoso e avivado
Que não use de constranjo.

Não deixe evadir,
Na sombra ou no fulgor
Acredite no rumor,
Jamais tente fugir!